domingo, 10 de julho de 2011

sinusite-Rüdger Dahlke


Inflamação dos seios da face


Não é por acaso, nem desde o princípio, que nossa
cabeça fica bem no alto. Na marcha primitiva, sobre
quatro patas, ela estava à mesma altura do peito e
das costas. Ao mesmo tempo em que a sua ascensão
concedeu aos olhos um campo de visão mais amplo,
ela afastou o nariz da Mãe Terra, colocando-o em uma
situação difícil. Criou-se a possibilidade de um
estancamento crônico em suas profundezas e, com
isso, a oportunidade para a inflamação dos seios da
face ou sinusite.
Por natureza, as saídas dessas cavidades estão
dispostas de maneira a que a secreção possa fluir
sempre para baixo, com a condição de que a pessoa
caminhe sobre quatro patas. Eretos, as saídas
passam ocupar a posição mais alta e as secreções
não podem mais ser expelidas seguindo a gravidade
natural. Eventualmente, precisamos então aprender a
fungar mais, para expulsar as secreções elevando a
pressão. Quando isso não acontece na hora certa e
suficientemente, a conseqüência é uma sinusite.
A situação anímica de fundo, não admitida, que
esse drama corporal toma necessária, resulta de
nossa linguagem psicossomática. É preciso estar
cheio até o nariz e não encontrar nenhuma maneira

de expressar essa situação desagradável para que o
nariz entre em ação. Caso, além disso, surja a
angústia diante do conflito que se instaura e não se
realize a elaboração do tema em questão, este
mergulha no corpo. As cavidades nasais e seus seios
faciais se enchem e encarnam o estancamento com o
qual os afetados sofrem. O conflito inerente à situação
reprimida torna-se explícito na inflamação. Muitos
pacientes acostumam-se, especialmente com a forma
latente. O sintoma mostra que
se está cheio até o
nariz
e seu seio facial, e que sempre se está ao
menos um pouco constipado. Enquanto eles mesmos
muitas vezes ignorem o mal, quando falam ouve-se a
voz anasalada dizer que não respiram ar suficiente.
As amplas cavidades na área do crânio são
necessárias para dar à cabeça sua forma sem
empregar demasiado material ósseo. Elas,
conseqüentemente, economizam peso e servem além
disso como câmaras de ressonância e timbrísticas.
Em um nível mais elevado, elas correspondem às
cavidades do intestino* e representam as câmaras de
consciência do mundo inferior, tal como a escuridão e
o inconsciente. Exercendo função semelhante à das
cavidades inferiores do intestino grosso, é difícil
compreender para que servem os seios faciais
superiores. O inconsciente escapa à compreensão da
consciência. Eles correspondem ao inferno no nível
superior, assim como o terceiro olho no alto da
cavidade frontal está próximo do céu. No estado
bloqueado pela sinusite, perde-se a leveza no âmbito
da cabeça e a fala adquire um caráter nasal que

lembra o francês. A perturbação anímica torna-se
explícita na medida em que falta ressonância à fala.
Quem tem o nariz cheio e não vibra mais em
consonância, perde um componente substancial do
intercâmbio interpessoal.
Os respectivos seio faciais diferenciam a imagem
ainda mais. Uma inflamação crônica das cavidades
frontais dá a imagem de uma pessoa
tapada,
acentuando a obstrução do pensamento. O doloroso
bloqueio das cavidades maxilares mostra como é
doloroso para o afetado morder agressivamente. Em
todos os casos, a capacidade olfativa é limitada.
Possivelmente, cheirava tão mal para o afetado que
ele anulou toda percepção olfativa Com isso, ele tem
naturalmente de agüentar a perda do "bom faro"
também em outros campos. Quem está tão
centralmente bloqueado bloqueia também sua intuição
e sua capacidade de compreensão. Muitas culturas
localizam na área da cavidade frontal o Terceiro Olho
ou sexto chakra, Ajna, que está ligado à inteligência,
em um sentido profundo.
A tarefa de aprendizado consiste em tornar-se
consciente do bloqueio. Maxilares doloridos indicam a
dolorosa agressão ao corpo em um duplo sentido: o
maxilar simboliza a capacidade de morder, e a dor fala
a língua cortante e ferina de Marte. O próprio sintoma
já sugere as medidas a serem tomadas, pois força a
pessoa a fungar com freqüência para que possa obter
alívio por um momento. Trata-se na verdade de bufar
de raiva para voltar a ter a consciência livre, após os
correspondentes golpes libertadores. Estando tapado,

é melhor deter-se e reorientar-se. A tarefa é descer
novamente ao inferno e descobrir o que ainda está
preso no inconsciente, para então emergir novamente
à luz do conhecimento. O ânimo tem diante de si, ou
seja, é pressionado a uma luta pela consciência de si
mesmo. Exige-se tanto coragem para o con
fronto
como persistência em uma tal situação crônica.
Terapias eficazes colocam os componentes
correspondentes em jogo, ao menos simbolicamente.
A luz e o Sol desempenham um papel substancial na
luta pelo conhecimento. A camomila, cujos vapores
dão alívio, traz em si a marca do Sol. Um jejum
prolongado, finalmente, é a melhor terapia para as
cavidades do organismo entupidas cronicamente. Por
meio de seu efeito purificador, ele ilumina a escuridão
do inconsciente e permite que as massas bloqueadas
fluam concretamente e em sentido figurado.
Observado mais atentamente, o que pode parecer
um pequeno problema periférico na história de nosso
desenvolvimento evidencia-se como sintoma típico. O
resfriado agudo, que também faz com que o nariz se
encha, é o sintoma mais difundido mundialmente e,
por esta razão, o mais importante que temos diante de
nós. Não é por acaso que ele esteja relacionado com
o nariz. Esse órgão venerando foi negligenciado pelo
desenvolvimento vertiginoso e, por essa razão, nos
mostra o seu e também o nosso estado doente mais
freqüente: constipado, ou seja, insultado.


Perguntas

1. Há em minha vida um conflito que incha de
maneira crônica?
2. Há um falso compromisso, que eu talvez cumpra
externamente, mas que não mantenho internamente?
3. Em que âmbitos tendo a ter reações ofendidas?
4.
De que coisas em minha vida eu não posso nem
quero mais sentir o cheiro?
5.
Consigo ar suficiente, tenho espaço suficiente?
6. Tenho intercâmbio suficiente com meu
ambiente? Encontro ressonância suficiente nas
pessoas com quem convivo?
7. Onde eu me bloqueio, bloqueio minha intuição,
meu sexto sentido?
8. Onde eu deveria morder, onde conseguir mais ar
para mim?

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